Teruo Kato será o novo líder do PMDB na AL
Em meio às negociações por mais espaço no governo tucano, peemedebistas indicam troca no comando da bancada
Em meio às negociações por mais espaço no governo tucano, peemedebistas indicam troca no comando da bancada
Mais ligado a Requião, Caíto sai do comando antes da bancada definir participação na reforma de Beto Richa
Curitiba - No retorno das sessões plenárias na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, semana que vem, o deputado estadual Caíto Quintana deixará a liderança do PMDB. O cargo vai para Teruo Kato, político que já foi prefeito de Paranavaí em 1997. Afinado com uma parcela grande da bancada, ele diz que o partido seguirá votando com Beto Richa (PSDB), pois ''tem interesse no desenvolvimento do Estado''. ''A maioria dos deputados tem base (política) no interior, tem um compromisso forte com a base. Então se o Estado for bem, é melhor para os municípios'', justifica Teruo.
Ele diz que o PMDB não tem pressa em obter um espaço maior dentro do governo do Paraná. ''Antes disso tem que haver um entendimento dentro da bancada, pois temos muitos problemas a serem resolvidos. A situação para 2014 não está clara, já que alguns deputados estaduais defendem uma candidatura própria'', disse o político, sem entrar em detalhes. Hoje o PMDB já ocupa a Secretaria de Estado do Trabalho, sob o comando de Luiz Claudio Romanelli. Nos bastidores, Sanepar, Agricultura e Meio Ambiente estariam ''à disposição'' da sigla.
Só que a demora dos deputados em ''unificar'' suas discordâncias, dizem fontes próximas ao Palácio Iguaçu, estaria atrapalhando o ''casamento'' dos tucanos com os peemedebistas. Indagado pela FOLHA sobre essa situação, Ademar Traiano, líder de Beto na AL, confirmou as dificuldades. ''Sem consenso não avança nenhuma conversa política futura'', afirmou Traiano, após ter que desmarcar um café da manhã do governador com os políticos do PMDB, agendado para ontem.
O ''contratempo'' surgiu após a última reunião organizada por Caíto Quintana na liderança do PMDB, quarta-feira, na AL. No mínimo quatro políticos estavam ausentes, Pessuti também. O acontecimento não tem relação com a mudança no PMDB, fruto de um rodízio preestabelecido entre os deputados estaduais, mas é uma ''meia vitória'' de Beto. Teruo tem menos proximidade com Requião do que Quintana, um dos poucos que ainda dialoga com o ex-governador e desafeto declarado do tucano.
Durante a entrevista para FOLHA, Teruo cobrou uma distribuição mais regionalizada das obras do governo do Paraná. ''Somos doze deputados estaduais e todos querem ter as suas regiões contempladas'', afirma. Ele diz que no entorno de Paranavaí faltam ambulâncias, asfalto na rodovia entre Porto Rico e Porto São José (Noroeste), reforma e construção de novas escolas estaduais. ''Também queremos a consolidação da Unespar (Universidade Estadual do Paraná), cuja sede poderia ficar em Paranavaí'', sugere.
Teruo confirmou sua indicação para a liderança, mas esclareceu que a mudança só será oficializada semana que vem. ''Tancredo era para ser presidente, mas não foi'', brincou o peemedebista. Em 2012, das 100 mensagens que Beto Richa mandou para votação na AL, 20 foram encaminhadas em dezembro, forçando a realização de sessões extraordinárias pelos parlamentares.
Os políticos cumpriram a ''pauta extra'' sem prejudicar as iniciativas de Beto. Doze desses projetos mexiam com o funcionalismo público, solicitando vagas para mais comissionados, estipulando novas gratificações ou criando estruturas de governo. Neste pacote, foi aprovada a reforma da previdência estadual, com novas regras para o plano de custeio da Paraná Previdência, que impactou diretamente 250 mil pessoas.
Na semana passada Beto fez dez mudanças no primeiro escalão, sem nenhuma indicação do PMDB. Por outro lado, PSD, PSC, PPS e PSB ganharam mais espaço na administração e, por coincidência, Reinhold Stephanes (PSD), ex-membro do PMDB, assumiu a Casa Civil. No lugar dele em Brasília, Marcelo Almeida virou deputado federal, alinhado aos petistas e ao PMDB de Michel Temer.
José Lazaro Jr.
Reportagem Local
Fonte:Folha de Londrina
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