18/11/2011
Secretaria pede que prefeitos intensifiquem o combate à Dengue
A gestão dos resíduos sólidos foi o principal tema discutido no 1° Encontro Macrorregional de Saúde e Dengue realizado pela Secretaria da Saúde nesta sexta-feira (18) em Londrina. O evento reuniu representantes de 124 municípios associados a Amepar, Amunop, Amunorpi, Amusep e Amuvi. Estes municípios concentram 80% dos casos de dengue no Estado. As regiões norte, noroeste e oeste são consideradas de alto risco para epidemia de dengue.
De acordo com os dados do Programa Estadual de Controle da Dengue, 44% dos criadouros do mosquito se dão no acúmulo de resíduos sólidos (lixo) e 14% nos pneus. “O momento é de responsabilização do cidadão, dos empresários e principalmente dos gestores, para isso precisamos de ouvidorias preparadas, comitês de mobilização e conselhos municipais atuantes”, enfatizou o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto.
RESPONSABILIZAÇÃO - O secretário destacou a parceria com o Ministério Público (MP) no enfrentamento da dengue. “Antes o MP não sabia de quem cobrar, o que é de responsabilidade de cada esfera ou indivíduo”, disse.
O promotor da Proteção de Saúde Pública de Londrina, Paulo Tavares, enfatizou que o cidadão que deixar o lixo a céu aberto comete crime à saúde pública. Para ele precisa haver uma responsabilização destes cidadãos que descumprem a lei. “O Ministério Público cobra do poder público para que faça a sua parte, porque se não fizermos agora o dever de casa, não conseguiremos controlar a dengue”, disse.
Para a promotora de Defesa do Meio Ambiente de Londrina, Solange Vicentin, a questão ambiental é o assunto do século, pois ela afeta diretamente a vida das pessoas. “Crescemos na cultura de que o lixo é problema da prefeitura”, disse. Ela defendeu que no plano de gerenciamento de resíduos de cada município deva esclarecer quem deve ser responsabilizado pela destinação de cada tipo de resíduo.
Ela destacou que a lei ambiental é nova, desconhecida e descumprida. “Primamos pelo cumprimento da legislação existente, e por isso, antes de tudo, é essencial que fique clara a responsabilidade de cada um”, destacou.
AÇÕES - Até abril deste ano a situação da dengue no Estado foi tratada em caráter emergencial pelo Governo do Estado. “Investimos na capacitação dos agentes de endemias e dos profissionais da assistência à saúde para o diagnóstico e tratamento da dengue”, disse o secretário.
O Estado também repassou recursos para os municípios em situação de epidemia. “A maioria dos municípios prioritários já está estruturada. Mas apesar dos números estarem melhores do que no ano passado, ainda não estamos conformados com a situação da dengue no Paraná”, ressaltou Caputo Neto.
O governo estadual também vem investindo na modernização das regionais de saúde, com a substituição da frota de veículos e aquisição de computadores. Os novos veículos serão utilizados, em sua grande maioria, para o combate à dengue.
VERÃO - Com a chegada do verão, a tendência é que os casos da doença aumentem. Por isso a Secretaria da Saúde recomenda que os municípios intensifiquem a operação de limpeza, através da mobilização social. No sábado (19) será realizado o dia “D” de combate à dengue em todos os municípios do Paraná. A Secretaria da Saúde distribuiu 2 milhões de panfletos e 500 mil de cartazes com a nova campanha: Abra a porta para o Combate à Dengue.
Neste período o ideal também é cadastrar todos os depósitos de material reciclável e agendar visitas quinzenais a estes locais. “Outra estratégia é a limpeza periódica de galerias de águas da chuva (calhas) para que não se torne um ambiente propício à proliferação do mosquito transmissor”, disse o coordenador de Vigilância sobre o Meio da secretaria, Celso Rúbio.
No entanto, a médio e longo prazos os municípios terão de estruturar um plano de resíduos sólidos, integrado com as políticas nacionais de Resíduos Sólidos e de Saneamento Básico. “Só com a gestão correta destes resíduos diminuiremos a proliferação do mosquito transmissor da dengue e de outras doenças”, destacou Rúbio.
SITUAÇÃO - Em 2011 o número de notificações cresceu muito. Foram confirmados mais de 29 mil casos da doença e 14 pessoas morreram. “Com a implantação da Sala de Situação da Dengue as nossas notificações passaram a ser em tempo real”, explicou o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
O Programa Estadual de Controle da Dengue, lançado este ano, prevê a responsabilização, a estruturação dos serviços municipais e estaduais e a atuação o ano inteiro. “Precisamos trabalhar a percepção do risco da dengue. O cidadão precisa entender que a dengue não é uma doença benigna e que as mortes pela doença podem ser evitadas”, disse Paz.
Ele destacou que as ações de prevenção precisam ser intersetoriais, com a formação de comitês municipais de mobilização. “Precisamos abrir a porta para o combate à dengue, como mostra a nova campanha de mobilização”, disse. Ainda é grande o número de residências que não são vistoriadas pelos agentes. Segundo ele, cabe à gestão municipal manter as equipes de agentes de endemias durante todo o ano e não dar férias coletivas no período de maior risco.
Também participaram da solenidade, o deputado estadual Luiz Eduardo Cheida e o major Luiz Alberto Bueno Cândido da 3ª Coordenadoria Regional de Defesa Civil.
SESA PARANÁ
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